terça-feira, 29 de junho de 2010

Resenha de Livro - Ewé

Todo amante dos orixás, pelo menos uma vez na vida, já ouviu falar de Pierre Verger. O curriculum dele fala por si próprio, tanto como profissional, como religioso.
Juro para vocês que um dia eu irei parar e falar mais sobre esta figura importantissima para a cultura afro-brasileira, mas por enquanto, vou somente falar sobre um dos livros mais queridos de minha coleção.

Desde que começou a estudar os fundamentos do candomblé, durante a sua formação como babalaô, Verger desenvolveu um interesse peculiar nas Ewé, ou seja, nas plantas. De acordo com o proprio Verger, o interesse surgiu porque tinha o direito e dever de aprender com mestres africanos os trabalhos das plantas medicinais e litúrgicas.
Pois bem, tal interesse e afinco nas pesquisas sobre as plantas fizeram com que nosso querido amigo macumbeiro escrevesse um livro onde iria expor todo o conhecimento adquirido sobre as plantas em suas viagens e pesquisas, e assim nasceu "Ewé : o uso das plantas na sociedade iorubá"
Basicamente em sua estrutura, é um livro de receitas, pórem, para estudiosos do candomblé. O trabalho de Pierre Verger é tão minuncioso e preciso (Caractéristicas adquiridas do seu trabalho como fotográfo) que ele parece transcrever as 2.216 da boca daqueles que passaram para ele.
Acreditem, existe encantamento para tudo possa imaginar. Chego a divagar em quantos lugares Verger passou até conseguir essas informações.
De fato, o livro é um guia-de-macumbas para qualquer um que se aventure a ler. O grande problema é que, para se ler, tem de se ter um conhecimento já desenvolvido sobre a lingua Yorubá e sobre as plantas. Coisa de quem gosta mesmo!
é um livro que eu recomendo, mas não é um livro qualquer! é uma obra obrigatória na coleção de qualquer amante dos orixás!

sábado, 26 de junho de 2010

Orixá Xangô - Nosso rei dos reis!




Com a chegada do dia de São Pedro (29/06/2010), achei legal falar um pouco sobre o orixá Xangô. Pode-se dizer que existem duas visões sobre nosso grande pai xangô, a do candomblé e da umbanda.

No candomblé, pode-se dizer que é um dos orixás mais cultuados respeitados e famosos do Brasil. É interessante frisar a que em Pernambuco, os cultos a xangô são tão difundidos que o próprio candomblé passa a se chamar Xangô na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe.

Bem, de acordo com nossos amigos do Candomblé, Şàngó (ou Xangô, em um jeito abrasileirado) teria sido o quarto rei da cidade de Oió, que foi o mais poderoso dos impérios iorubás. Após seu desencarne, Xangô passou a ser cultuado como uma divindade, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquela época, e seu culto passaram a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oió, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote. Xangô passou a ser um Orixá, um senhor de nossas cabeças, uma força da natureza. Acho que não me interessa muito falar sobre as lendas sobre xangô, apesar de dentro do candomblé, estas lendas serem uma forma de passar os fundamentos dos orixás. A sua saudação é o Kawó-Kabiesilé

Como orixá, Xangô é o senhor dos trovões e do fogo no candomblé. Diz-se que ele é viril e violento, porém muito justo. Odeia a injustiça e justamente por isso apela-se muito à ele quando se tem problemas judiciais ou relacionados a justiça.

Em sua representação dentro do candomblé, Xangô aparece como um negro com o porte de rei. É alto e forte, sempre com uma coroa em sua cabeça, e o seu Oxê (Machado de duas laminas). Além disso, nas casas-de-santo, é comum encontrarmos qualidades (Que prefiro chamar de intermediários) que diferenciam as manifestações. É praxe na iniciação, na terceira saída do iaô do roncó para o barracão, o orixá dizer o seu nome ( A qualidade de orixá que trabalha com o filho-de-santo.). Sua cor é o vermelho e branco.


No xirê, xangô se manifesta de forma firme, na maioria das vezes dança rápido, seguindo o ritmo dos tambores, cruzando e levantando os braços.

Em se tratando de Oferendas, a principal oferenda feita a xangô é o Amalá. Feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido em uma gamela forrada com massa de acaçá. Também chamado pelo povo de santo nos candomblés jeje-nagôs de caruru.


Quando o assunto é Umbanda, a visão sobre Xangô muda um pouco;,Justamente pelas diferenças entre as religiões. Xangô na umbanda ocupa mesmo nível de evolução dos santos da igreja católica. Em sua base de fundamentos, não existe muita diferença entre o candomblé e a umbanda. A visão de força da natureza sai um pouco de foco e Xangô passar a ser visto como o orixá da justiça e da lei. Sua vibração pode ser encontrada na natureza, em pedreiras, grutas de pedras e outros redutos da natureza contendo rochas.
Na umbanda, Xangô não possui qualidades. É comum ver Xangô sincretizado como São Pedro e São João Batista, mas o principal santo é São Jerônimo. Sua cor na umbanda é o Marrom.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A união das correntes

26 de junho de 2010.

Nem sempre a gente cresce consciente do que nos espera no futuro. Dependendo da criação, podemos nascer crentes em uma força superior ou discrente na humanidade como um todo. Comecei como um discrente completo. Já fui do tipo de pessoa que cansou de questionar, e por causa desse cansaço, virou as costas para Deus.

Mas eu mudei. Hoje, acredito na verdade das religiões, na bondade espiritual e na caridade com o próximo. Acredito que se existe a religião é porque precisamos dela. Seja ela a Católica, Evangélica, Budista, Umbandista ou qualquer uma das milhares que existem. Todas tem seus defeitos e todas tem as suas qualidades. Acredito que para alcançarmos a iluminação completa, é necessário que ignoremos os defeitos e somemos as qualidades.

É nisso que se baseia a União das Correntes. No respeito!

Pra praticar a união das correntes, não é necessário praticar todas as religiões. Basta praticar a que você mais se identifica, respeitando a religião daqueles que estão perto de você.

Axé para todos, e que nosso pai Oxalá nos abençoe!